Neste ano, a ocasião teve início com farto café da manhã no Poliesportivo e com fala acolhedora de Wilson Machado da Silva, Coordenador do Núcleo de Pastoral: “Sintam-se acolhidos, estamos na nossa casa. Temos que aprender a nos cuidar, a nos respeitar…Hoje é o dia em que nasci para ser feliz e ser feliz é uma escolha. Vamos fazer deste momento um momento feliz, pois ele foi pensado com muito carinho”.
O Pastoralista Djair Costa da Silva esclareceu: “Nessa manhã, vamos refletir sobre um tema que tem perdido efeito, algo que tem perdido sentido. Na TV, na rua, vivemos situações de violência e não nos damos conta ou fingimos que não vemos”.
De acordo com Wilson, são necessárias mudanças de consciência e de atitude para revertermos a situação. Olhando para uma imensidão de colaboradores, o coordenador lançou a seguinte pergunta “O que é essencial para a vida humana?” e afirmou que “Nem sempre a árvore da vida é de bons frutos”. Após essa fala, os colaboradores foram convidados a escrever em folhas de papel quais as situações de violência de que nos lembramos. Então, fez-se uma árvore com ramos ressequidos, cheia de folhas secas com escritos.
“Falar de violência nos traz incômodo. Acabamos, por vezes, fugindo da situação”, falou Djair. “Mas nós vamos encarar as situações, inclusive estamos debatendo este assunto desde fevereiro a partir da Campanha da Fraternidade (CF), cuja temática é ‘Fraternidade e superação da violência”, acrescentou.
Novos movimentos
“Como vocês sabem, a cada 8 anos, os Maristas se reúnem em um determinado país. E ao invés de o encontro deste ano ter acontecido em um país da Europa, ele foi realizado na Colômbia. Esse fato também revela uma mudança, a busca por um novo começo, com novos contornos. Outro ponto relevante é que dentre os apelos feitos pelos Maristas, um deles foi para que cada um de nós fossemos luz. E os desafios não param por aí: devemos fomentar a misericórdia, construir pontes (sermos transformadores de vida), caminhar com crianças e jovens marginalizados na vida, bem como responder com audácia os apelos dos emergentes. E todos os aspectos mencionados vão ao encontro da temática da nossa Camar. Olhar para o outro é sempre um excelente caminho para reduzir as violências”, afirmou Marcus Vinicius de Souza, Gerente Administrativo do Colégio.
E para incrementar a manhã, a Pastoral organizou oficinas com temas relacionados a vários tipos de violências. Na oficina “Superação da Violência e Corporeidades”, conduzida pelo Pastoralista Rafael Martins, as mensagens passaram pela questão da importância do nosso corpo, das nossas sensações e da importância da união. Houve dinâmica com direito a dança circular e discussões em roda. “Algumas coisas na vida a gente não vai conseguir de imediato, mas no final dá tudo certo”, refletiu Rafael.
Na oficina “Superação da Violência e Fraternidade”, conduzida por Wilson e Gisele, a tônica foi pensar sobre “O que Deus nos fala a respeito de paz e de fraternidade?”. Reflexões sobre os papeis do educador, sobre uma educação voltada para valores, sobre ter coerência na vida, sobre questões da contemporaneidade foram feitas.
Os colaboradores que participaram da oficina “Superação da Violência e Cuidado e Lazer” conduzida pelos pastoralistas João e Hortência, definiram o stress como um dos fatores que dificultam o cuidado e lazer, refletiram sobre a importância do lazer, dos exercícios físicos, de resgatar brincadeiras de roda, de acessar diferentes espaços de lazer como teatro, cinema, clubes, parques etc., bem como a importância de termos atitudes para preservar os espaços coletivos.
Na oficina “Superação da Violência e Denúncia” conduzida pelo Djair, foi exibido o episódio ‘Urso Branco’ de Black Mirror, mostrando cenas de extrema violência. “Estamos vivendo como espectadores de uma grande violência”.
E na oficina “Superação da violência e Produção Cultural”, conduzida pelo pastoralista Gerson, os colaboradores refletiram acerca de como a arte da música corrobora para a superação da violência, e assim discutiram como determinados estilos musicais conseguem retratar de maneira clara as violências como: falta de segurança pública, precariedade na saúde, direitos das infâncias e juventudes, moradia, e acesso aos bens comuns a todos visando a conscientização e caminho de não-violência. No final da oficina, os colaboradores produziram uma paródia como um forte apelo de que superar a violência perpassa o coletivo no reconhecer o outro como um ser de direitos e dignidade de vida.