Postado dia: 10 de dezembro de 2018

Razão e sensibilidade a partir de um mosaico cultural


O Projeto Diversidade Cultural, dirigido ao 6° ano, teve como ponto de partida a disciplina de Língua Portuguesa. Conforme foi se desenvolvendo, teve adesão de matérias como História, Geografia, Educação Física e Artes.
“Nas aulas de Português do 6° ano, procuramos conciliar o estudo dos gêneros textuais com atividades que façam sentido para os alunos que vivem um momento de vida com forte tendência às padronizações, à uniformidade”, explicou Vanda Lucia Prado Mattos, Professora de Português, uma das idealizadoras do Diversidade.
A ideia do Projeto, no início, era quebrar a padronização, ou seja, passar noções de interculturalidade de modo a aguçar a observação do “diferente”, sem julgamento de valor. As ações foram muitas e duraram o ano todo.
Emaranhado disciplinar
Dando continuidade ao projeto, Ricardo Tomasiello, bibliotecário da instituição, indicou a leitura do livro Cartas aos povos distantes, de Fábio Monteiro. A história trata de um menino brasileiro que recebe uma carta misteriosa de um ‘amigo’ de Luanda.
Situações diversas são expostas, em a diferença cultural a principal delas. Os alunos também tiveram a oportunidade de encontrar o autor do livro que veio ao colégio. Curiosidade pela leitura e pela diferença marcaram o momento.
Nas aulas de Educação Física, também foram trabalhados os jogos presentes nas diferentes culturas.
Mama África
Como consequência do livro estudado, os alunos ficaram muito curiosos com o continente africano que passou a ser tratado com maior enfoque nas aulas de Língua Portuguesa.
O preconceito racial foi discutido nas aulas de história. Houve inclusive a aprendizagem sobre as disparidades sociais e econômicas entre brancos e negros.
A Professora Vanda também utilizou as imagens e a formulação de hipóteses como recursos de aprendizagem para mostrar as diferenças culturais.  Dormitórios de lugares do mundo foram apresentados para que os meninos entendessem os diversos modos de vida e de valores.
Após isso, os alunos foram convidados a criar um poema que retratasse a diversidade cultural e os apresentasse em forma de rap.
Oficina das máscaras
A leitura do livro Extraordinário, de Raquel Jaramillo, integrou o projeto. Além disso, os Maristas fizeram máscaras que os representasse, de modo a enfatizar o que eles mais gostam na vida. Em cada cartaz, foi exibido um pouco da vivência, da percepção de mundo dos alunos e também transmitidas algumas mensagens importantes.
Dessa expressão artística, surgiram vários resultados, como: uma raquete com macarronada, praia, Papa Francisco; um cartaz com críticas sobre o racismo; outro com fragmentos de séries do Netflix, ícones de tecnologia, cinema, comidas gostosas; Futebol, cartões postais, animais, marca de roupa, fotos com os amigos, videogame também foram retratados nas máscaras. Tudo que havia um grande significado aos alunos foi manifestado artisticamente.
Momentos finais
Foram dois trabalhos que finalizaram o Projeto Diversidade Cultural: o estande sensorial na Mostra Cultural e a troca de cartas com outras escolas Maristas.
Sobre a Mostra, os alunos do 6° ano montaram, na Portaria Central, instalações para estimular os sentidos, mostrando as diferentes maneiras das pessoas reagirem a estímulos. Cada sala, trabalhou um sentido. Vendas foram customizadas e alimentos foram selecionados para degustação, entre outras ações.
O carteiro e o poeta
O segundo momento esteve relacionado a elaboração de cartas pelos alunos. “A intenção foi retomar uma comunicação feita no passado, principalmente porque essa geração está muito acostumada com a comunicação virtual”, explicou Vanda.
Os meninos escreveram sobre como é a vida deles no Marista Arquidiocesano, como eles são, do que mais gostam e, depois da escrita, remeteram as cartas a alunos de outras cinco escolas Maristas, desse modo, tiveram a oportunidade de conhecer outras realidades. Todos receberam respostas.
“O ganho pedagógico com uma atividade como essa é imenso, há um retomo à escrita que está se perdendo. Os alunos pensam no que vão escrever e de que forma farão isso. Foi um processo enriquecedor”, finalizou a Professora.
 
 
 

Este artigo foi útil?

Conteúdo Relacionado